segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Thomas Edison disse: Talento é 1% inspiração e 99% transpiração. E, sinceramente? Não acredito nele. Em relação à produção literária Thomas (olha a intimidade) está redondamente enganado. Mas como ele era um cientista, não um escritor, então pode até ser perdoado.
Para se escrever um texto a inspiração é extremamente necessária. É ela quem vai formar a idéia do texto. Depois vem a sua melhor amiga: a criatividade, que é quem vai nos dar a capacidade de fazer uma cópia imperfeita do texto idealizado. E ele vai se mudar do “reino das palavras” para o papel (ou o computador). Mas a transpiração não pode ser desprezada (a coitada), ou você acha que é fácil tirar o texto de junto de Platão? Não é fácil.
“Como é que se escreve?” Clarisse Lispector já perguntou. Eu me cansei de perguntar e procurar. E vou por aí, escrevendo sobre tudo e sobre nada (literalmente), na hora que os textos quiserem vir porque às vezes tenho extensas crises não-criativas. Como esta que me obrigou a escrever esse texto.
Mas eu tenho uma dica, que até funciona comigo, mas só funciona com mulheres, e ainda bem que não funciona sempre: escrevam na TPM.
- Não é nada.
- Nada. Essa palavra tão simples guarda um significado tão amplo que acaba perdendo o sentido. Afinal, o que é nada? Você pode dizer: ”ausência de tudo, lógico.” E eu até concordaria com esse conceito caso ele se aplicasse à prática. Pense comigo: a primeira coisa que vem à sua cabeça com a palavra nada é uma tela preta, não é? Mas o preto não é uma cor? Então, ele não é “nada”. Nem o vácuo espacial é vazio porque lá existe a massa negra e há muitos estudos sobre ela sabia? (Ensinamentos de Big Bang Theory). Portanto, concluindo para deixar claro: O NADA NÃO EXISTE!!! E pronto. Então não venha falar pra mim: “nada não”.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

"I feel unhappy, I feel so sad"


Curta sua tristeza porque ela vai passar. E todos vão fazer de tudo para que isso aconteça, porque você já não tem o direito de ficar calado e na sua, escrever melancolias byronianas, de ouvir músicas com prantos instrumentais, e, você está, terminantemente, proibido de chorar.
Você já não pode fazer nada disso, porque a Felicidade está aí, não batendo na sua porta, mas esmurrando e exigindo que a deixe entrar!
A sociedade é incrível mesmo! Faz moda até do sentimento. Houve um tempo, antes dessa “ditadura da Felicidade” em que ser depressivo é que era elegante e agora não se pode estar triste! Porque a felicidade lava seu cérebro e te tortura com a sua presença insuportável. “Atitudes positivas”, “o mundo conspira a seu favor”, “sorria mesmo que tenha que esconder no fundo da alma a dor que o mundo desconhece”, blá, blá, blá.
Só tenho pena de quem tem toda a felicidade vendida nos livros de auto-ajuda. Daqui a pouco vão arrumar um jeito de transformá-la em pílula, não, em garrafas porque pílulas não são o suficiente. Espere, isso já existe. Já existe felicidade em garrafas, pílulas, pó, pedras, e já faz um bruto sucesso não é mesmo?
Critiquei e critiquei. Mas não falei o que é felicidade, porque eu não sei. E duvido que você saiba também, mas posso estar errada. Por enquanto vou curtindo a minha tristeza com músicas depressivas e chocolate.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Acordo com o despertador.
Me levanto com o sono pesando nos meus olhos.
O expulso daí com água. A água que molha meu corpo e o acorda para mais um dia.
Mais um dia. Um dia que nasce vermelho e vai expulsando o roxo da noite pelo outro lado.
A lua vai se apagando. As estrelas já se foram.
E o sol vai subindo. Assistindo ao mundo se movimentando.
Me assistindo correr e correr, no meio de outros tantos corredores. Todos nós corremos, e queremos chegar primeiro, logo nós, que não temos pódio de chegada e não conhecemos o de largada.
Logo nós. Por quê?
Mas devido a nossa correria o mundo gira.
O dia se vai vermelho como nasceu.
As estrelas voltam. A lua se acende de novo.
Pergunto a ela os segredos que guarda no manto da noite.
Ela não me responde.
Me deito com o sono pesando nos meus olhos ajusto o despertador.
E durmo mais uma vez.

domingo, 15 de agosto de 2010


A vida é um livro, e um romance romântico ainda por cima, com seus amores e seus dramas e finais felizes, ou trágicos se for um romance byroniano. O que posso fazer? Eu sou romântica apesar de tudo, apesar até de não querer ser. Estou atacada de uma sensação bonita, uma alegria inexplicável e uma vontade de dançar na chuva que cai lá fora. Mas a chuva está grossa e a gripe suína ainda está aí.
Vou roubar uma idéia que ouvi, espero não ser processada: podiam inventar uma máquina que guardasse sensações, eu iria guardar esta que estou sentindo agora, e uma da qual tenho muita saudade: outra alegria inexplicável. Não, não deviam inventar uma máquina que guarde sensações, assim elas perderiam todo o encanto, todo o romantismo. Deixemos as sensações com a memória.
A minha vida não é um livro aberto, tem algumas páginas coladas no meio da história, e eu mesma colei, para que não conseguissem lê-las. Eu não sei em que capitulo estou, em que capitulo começou, em que capitulo vai acabar. Acho que ainda estou na descrição do começo, no começo da trança do enredo.
Mas a chuva continua forte. Adoro cheiro de chuva. Pena que não dá pra ver a Lua. Eu adoro a Lua. E esse texto que não tem pé nem cabeça vai escorrendo, não, ele vai caindo forte como a chuva lá fora, tão forte e rápido que vou trocando as letras, com vontade de chegar na próxima frase.
Estou com vontade de ter um romance, algo que me faça ter mais sensações, que me faça enxergar tudo vermelho, ter uma desculpa aceitável para a vontade de dançar, correr, pular. Mas pra que desculpas? O instante existe.
Agora sim o texto esta escorrendo, mas a chuva continua caindo. Acho melhor deixar a leve correnteza correr tranqüila, sem a minha interferência. Na minha imaginação a Lua está brilhante, bem baixo, apagando as estrelas.

domingo, 8 de agosto de 2010

A bagunça é o meu lar! E você vai perceber isso facilmente caso você entre no quarto. Mas por que minha mãe não consegue entender isso? Vive me mandando arrumar, e, quando não faço isso (o que é quase sempre), ela mesma arruma. Aí é um desastre! Quando meu quarto está arrumado me sinto uma intrusa dentro dele.
Eu consigo viver muito bem na minha bagunça: não tenho problemas com perder as coisas, de vez em quando demora um pouco para achá-las, mas eu acho, sei mais ou menos onde cada coisa está. Mas depois da arrumação, são dias de raiva porque não consigo encontrar aquele papel, aquele brinco, aquele livro.
Para mim, quarto é um lugar sagrado, onde ninguém além do dono pode ficar mexendo. O meu quarto é o único lugar da casa que é completamente individual, o lugar onde tenho minha pouca liberdade, minha privacidade. E gosto muito delas!
E haja paciência pra toda vez que você quiser guardar uma coisa ter que ir no lugar certo e arrumar direitinho toda hora!
Sempre uso a desculpa de a bagunça reflete a insegurança interior, mas não adianta, minha mãe não acredita, nem eu sei se é verdade, pode ser só preguiça também. E você pode discutir o quanto quiser, mas a minha bagunça é organizada!