sábado, 24 de dezembro de 2011

Não quero que o Natal seja um dia comum, muito menos um dia chato. Porque pra mim Natal tem que ser especial, mágico, lindo, o dia mais maravilhoso do ano. Talvez isso venha da tsunami de filmes e especiais de natal, mas e daí? Pode ser clichê, mas queria voltar a ter meus natais de outros tempos, tempos de criança, quando ficava fazendo os enfeites do natal semanas antes, saía para ver as luzes na cidade e eu e meus irmãos montávamos toda uma operação secreta para descobrir onde minha mãe escondeu nossos presentes na casa da minha vó. E no dia, íamos mais cedo para a casa dela para preparar a área, colocar um monte de luzinhas que tinhamos que desembaraçar, pegar os enfeites que fizemos e os comprados e pregar nas paredes e no teto, arrumar o lugar os presentes. Tudo isso com a minha tia, que muitas vezes exagerava, mas que criança iria reclamar? Só a minha mãe, que fazia às vezes com razão, às vezes com ciúmes. A noite, vestíamos as melhores roupas e ficávamos brincando com meus primos, esperando a hora de abrir os presentes, nunca conseguimos esperar nem até 10 horas. Abríamos, gostávamos de tudo e depois voltávamos pra casa, para no dia seguinte ir almoçar na casa da minha vó com o brinquedo novo na mão. Não me lembro de algum dia acreditar em Papai Noel, se isso aconteceu deve ter sido quando era muito pequena, mas não era só por causa dos presentes que adorava o Natal, acho que era também pela fuga da rotina e por estar todo mundo junto. Mas aí crescemos todos, minha vó morreu, e o natal já não é mais o mesmo, ficou só a saudade, as lembranças e a vontade de voltar. Vai ver é porque já não tem mais crianças no meu natal e a magia está nos olhos dela, mas me dói não crer mais nisso, não ficar empolgada com as decorações ou com a página do Google de hoje e lembrar do natal apenas uma semana antes. Não quero desapontar a criança que existe dentro de mim, e pelo menos não quero ser uma Grinch.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Eu vivo porque dizem que existe vida antes da morte. Porém o que eu passo não é o que eu chamaria de vida. E creio que ninguém viva o sonho de vida que tem, “a vida é tão rara”. Já os motivos estão além da minha compreensão, talvez por querer de mais, talvez por agir de menos. Mas a escolha foi minha apesar de tudo, portanto que venham as conseqüências. Dizem também que devemos completar a vida, no sentido temporal mesmo, não no metafórico. E quanto mais o tempo passa menos tempo fica. E aprendemos então a ter pressa pra ter tempo, tempo para fazer tudo e fazer nada. Ás vezes somente para ter também a aventureira “sensação de que a vida passa assim como tufão”. Eu não fujo dessa realidade um tanto quanto perversa. E “atravesso noites e dias, no vento”. Mas o cansaço está batendo agora, forte como o vento na parede. E com ele vem o desânimo, e com este a vontade de ficar só. Aí a solidão se instala, e a do pior tipo, aquela eu vem quando se está no meio da multidão.

domingo, 20 de novembro de 2011

Detalhes Urbanos IV

Encontrei isso na Rua Tocantins, recomendo ampliar a imagem porque este Detalhe tem detalhes bem interessantes.

domingo, 30 de outubro de 2011

Detalhes urbanos III

Bom, só pra confirmar, isso está escrito em um mastro próximo da Ponte da rua 10 sobre a Marginal Botafogo (o que já dá pra imaginar não é?). É a coisificação do homem e a humanização da coisa!!!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Detalhes Urbanos II



CORA CORALINA, QUEM É VOCÊ?

Sou mulher como outra qualquer.
Venho do século passado
e trago comigo todas as idades.

Nasci numa rebaixa de serra
Entre serras e morros.
“Longe de todos os lugares”.
Numa cidade de onde levaram
o ouro e deixaram as pedras.

Junto a estas decorreram
a minha infância e adolescência.

Aos meus anseios respondiam
as escarpas agrestes.
E eu fechada dentro
da imensa serrania
que se azulava na distância
longínqua.

Numa ânsia de vida eu abria
O vôo nas asas impossíveis
do sonho.

Venho do século passado.
Pertenço a uma geração
ponte, entre a libertação
dos escravos e o trabalhador livre.
Entre a monarquia caída e a república
que se instalava.

Todo o ranço do passado era presente.
A brutalidade, a incompreensão, a ignorância, o carrancismo.
Os castigos corporais.
Nas casas. Nas escolas.
Nos quartéis e nas roças.
A criança não tinha vez,
Os adultos eram sádicos
aplicavam castigos humilhantes.

Tive uma velha mestra que já
havia ensinado uma geração
antes da minha.
Os métodos de ensino eram
antiquados e aprendi as letras
em livros superados de que
ninguém mais fala.

Nunca os algarismos me
entraram no entendimento.
De certo pela pobreza que marcaria
Para sempre minha vida.
Precisei pouco dos números.

Sendo eu mais doméstica do
que intelectual,
não escrevo jamais de forma
consciente e racionada, e sim
impelida por um impulso incontrolável.
Sendo assim, tenho a
consciência de ser autêntica.

Nasci para escrever, mas, o meio,
o tempo, as criaturas e fatores
outros, contra-marcaram minha vida.

Sou mais doceira e cozinheira
Do que escritora, sendo a culinária
a mais nobre de todas as Artes:
objetiva, concreta, jamais abstrata
a que está ligada à vida e
à saúde humana.

Nunca recebi estímulos familiares para ser literata.
Sempre houve na família, senão uma
hostilidade, pelo menos uma reserva determinada
a essa minha tendência inata.
Talvez, por tudo isso e muito mais,
sinta dentro de mim, no fundo dos meus
reservatórios secretos, um vago desejo de analfabetismo.
Sobrevivi, me recompondo aos
bocados, à dura compreensão dos
rígidos preconceitos do passado.

Preconceitos de classe.
Preconceitos de cor e de família.
Preconceitos econômicos.
Férreos preconceitos sociais.

A escola da vida me suplementou
as deficiências da escola primária
que outras o destino não me deu.

Foi assim que cheguei a este livro
Sem referências a mencionar.

Nenhum primeiro prêmio.
Nenhum segundo lugar.

Nem Menção Honrosa.
Nenhuma Láurea.

Apenas a autenticidade da minha
poesia arrancada aos pedaços
do fundo da minha sensibilidade,
e este anseio:
procuro superar todos os dias
Minha própria personalidade
renovada,
despedaçando dentro de mim
tudo que é velho e morto.

Luta, a palavra vibrante
que levanta os fracos
e determina os fortes.

Quem sentirá a Vida
destas páginas...
Gerações que hão de vir
de gerações que vão nascer.

* Essa imagem é do ponto de ônibus da avenida 10, na ponte sobre a Marginal Botafogo.

domingo, 23 de outubro de 2011

Partido Social Cristão: HOMEM + MULHER + AMOR = FAMÍLIA.
Para muitos, essa “operação matemática” está certíssima. Mas para mim, faltam alguns fatores que não alteram o resultado, e entre eles os casais homossexuais. Mas, segundo esse partido, eles não têm o direito de formarem família.
É incrível a falta de bom senso, na verdade é falta de respeito que é o mínimo que se deve dar às outras pessoas, mas falo bom senso porque eles são políticos e parece que se esqueceram que homossexuais, transexuais, travestis e simpatizantes também votam, e formam juntos um grande eleitorado.
E também não sei se estou errada, mas que eu saiba, o Jesus Cristo que eles dizem acreditar falou que o amor é o mais importante e devemos amar até os nossos inimigos, então porque ele seria contra amarmos pessoas do mesmo sexo?
E sei que esse texto já está sem nexo, mas a revolta é muita e tenho que comentar que família não é assunto para política. Um deputado não tem que me perguntar se eu tenho abraçado meus pais ou beijado meus filhos. O dever deles é garantir boas condições de vida a qualquer cidadão, garantir que condições para que famílias possam ser formadas, de qualquer tipo.
Boicotemos esse partido nas próximas eleições para que eles vejam que “qualquer forma de amor vale a pena, qualquer forma de amor vale amar”!!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Eu sempre acreditei que temos uma cota de sorte para a vida inteira, portanto temos que economizá-la para situações realmente importantes.
Mas a minha sorte deve estar mais acumulada que loteria porque a frase "miséria pouca é bobagem" faz todo o sentido pra mim,se uma coisa der errado, todas as outras parecem ter o dever de fazer o mesmo, nem Murphy entenderia.
Porque não basta eu anadar de ônibus,a chuva têm que engrossar no momento em que eu desço dele. E não basta chover, eu tenho que estar com uma mochila de uns 7 kg e o meu notebook tem que estar dentro. E não basta tudo isso, o vento também tem que quebrar meu guarda chuva!!!
Quem estiver administrando a minha conta de sorte libera um crédito, e sem juros por favor!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Detalhes Urbanos I

Podemos andar todos os dias pela mesma rua e ainda assim não ver tudo que há nela. O que quero mostrar são pequenas coisas que não reparamos ao andarmos apressados.
Este é um pedaço da Barcelona de Zafón em uma viela da Avenida Goiás.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Apesar de você não acreditar, eu sei exatamente como você está se sentindo.
Eu sinto o seu amor, as suas alegrias, saudades, tristezas. Sinto até aqueles sentimentos que você tenta esconder nos olhos, e que vêm para os meus, onde transbordam em lágrimas.
Posso não lhe conhecer mais fundo do que aquilo que você expõe, mas o que você esconde de todos, eu adivinho.
Gostaria de poder alargar o seu amor, dividir suas tristezas, curar as saudades, expor as alegrias. Mas você também não pode querer demais. Tudo isso é seu, sentimentos que vibram as fibras do meu coração, entretanto a melodia não perdura por mais que alguns instantes, e as lágrimas logo secam.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ah não!
Eu já havia decidido que o que eu sentia por você era uma paixonite passageira. E que ela já havia passado. Tudo por culpa de uns olhares seus, em que eu vi mais do que existia de verdade.
Aí me vem você de novo, lindo com esse seu estilo meio desleixado, interessante por causa desse seu jeito reservado. E para completar me vem com “Is this a real life?Is this just fantasy?” justo nos dias em que eu estava viciada nessa música.
Ah não! Pare de aparecer cada vez mais perfeito e fazer com que eu me apaixone por você de novo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Não, já não dá mais pra fingir que não há nada, que ainda não vi, que não me incomoda. Está tudo muito evidente, até demais. E a culpa é toda minha, eu sei, antes eu não me importava, mas isso que eu criei já passou dos limites que eu posso suportar. Já é hora. Não me resta outra alternativa além de respirar fundo, levantar a cabeça e arruma essa bagunça que eu chamo de quarto.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

O que é PROCRASTINAÇÃO?
a) uma palavra feia
b) uma seita
c) um vício
d) um esporte
e) todas as anteriores

tic tac tic tac tic tac triiiiim

A resposta certa é a letra E.

Procrastinação é uma seita cujo dogma é: “por que fazer hoje o que ainda é pra amanhã?” Quem nunca seguiu essa frase e ainda resumiu o amanhã a uma hora antes, deve ser um herói, ou alienígena, ou os dois. Todo o mundo faz parte dessa seita, mas há os que negam, então digamos 99% da população mundial. Todos os praticantes dizem: “nunca mais deixo para a última hora”. E é aí que a procrastinação vira um vício, porque tem gente que acredita piamente que consegue se livrar das amarras dessa palavra feia. Mas há os que dizem da boca pra fora, sabem que não vão mudar, e para esses já virou um esporte, aprendem a copiar, decorar, enfim, fazer o que têm que fazer em tempo recorde, e a cada vez tentam se superar ainda mais.
Mas quem pode julgar o próximo? Quem nunca procrastinou que atire a primeira pedra.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Filosofias de Buteco



- Nossa senhora, essa mulher não me deixa em paz! - disse um bêbado para outro depois de receber uma mensagem no celular.
- Sabe, mulher é igual bolacha recheada - disse o outro – a gente só vê a casca e acha gostosa, o recheio fica escondido e só aparece depois que a gente morde, aí já fica mais difícil fugir e ...
- Nunca gostei de recheio, só como as que não tem.

..................................................................

- Tem gente que quer fazer os outros provarem do azedo de suas próprias vidas, mas pra quê? Todo mundo, mais cedo ou mais tarde vai ter os seus próprios limões. O melhor é não chupá-los, usá-los pra outras coisas como fazer caipirinha ou usar na tequila.

sábado, 2 de julho de 2011

Ele só sabia que existia.
E existia porque adquiria nutrientes, através da alimentação, que seriam metabolizados e transformados em energia, e esta seria usada nas suas atividades diárias, e seu dia era cheio.
E prosseguia com seu órgão musculoso e tetracavitário bombeando sangue para todo o seu corpo. Tinha também emoções, reações do sistema límbico na face medial do cérebro.
Até que um dia ele viu uns olhos. Olhos completamente normais, não precisavam usar óculos e a íris nem tinha cor rara ou clara.
Mas ele viu algo mais. Havia uma luz, que não vinha do exterior. Uma luz que acendeu a luz dos olhos dele.
E assim, nesse momento de encanta-mente, um ser perfeitamente biológico se tornou um ser humano.

sexta-feira, 10 de junho de 2011


Por alguns instantes, alguns ínfimos segundos, eu amei você. Amei, com a intensidade da primeira e única vez, o seu semblante desconhecido. Este amor durou a eternidade do instante que passa. O instante que passou por mim, junto com você, caminhando para onde eu não sei. E depois, já não adiantava olhar para trás. Este amor não podia durar mais.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

25 de maio: Dia da Toalha

"Não entre em pânico!"
Se você não tem ideia do que saja Guia dos Mochileiros da Galáxia isso não vai significar nada para você. Mas hoje é um dia de homenagem a Douglas Adams, o escritor dessa genial trilogia de cinco livros (assim mesmo). E deixo aqui um informativo sobre o valor da toalha, quem sabe outros alguéns também não se animam a ler.
“A toalha é um dos objetos mais úteis para um mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon;
Pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas do rio Moth;
Pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você – estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz);
Você pode agitar a toalha em situações de emergência para pedir socorro;
E naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa.
Porém o mais importante é o imenso valor psicológico da toalha. Por algum motivo, quando um estrito (isto é, um não-mochileiro) descobre que um mochileiro tem uma toalha, ele automaticamente conclui que ele tem também escova de dentes, esponja, sabonete, lata de biscoitos, garrafinha de aguardente, bússola, mapa, barbante, repelente, capa de chuva, traje espacial, etc., etc.
Além disso, o estrito terá prazer em emprestar ao mochileiro qualquer um desses objetos, ou muitos outros, que o mochileiro por acaso tenha “acidentalmente perdido”. O que o estrito vai pensar é que, se um sujeito é capaz de rodar por toda a Galáxia, acampar, pedir carona, lutar contra terríveis obstáculos, dar a volta por cima e ainda assim saber onde está sua toalha, esse sujeito claramente merece respeito.”

quarta-feira, 25 de maio de 2011


“Existirá vida antes da morte?”
Ah como eu queria ter escrito essa frase! Mas já que não fui eu, o autor Px Silveira merece todo o crédito.

À minha paixão platônica

Você não sabe que eu te distinguo no meio de uma multidão.
Que te sigo com os olhos enquanto puder, mas quase não consigo encará-lo de frente.
Você não faz idéia do quanto fico embaraçada com você por perto, mas, mesmo assim, quero muito a sua presença. Eu sei os dias e locais em que posso te encontrar, e te procuro em todos eles.
Você não sabe que sinto inveja das pessoas com quem conversa, das pessoas que tem a intimidade que não tenho.
Você não sabe o que eu penso de você, dos sonhos que já tive quando tenho a ilusão de que você sente o mesmo por mim. E como me iludo, um aceno, um sorriso já basta para a utopia começar, e nela tudo se encaixa.
Nós temos muita coisa em comum que ainda não tivemos a chance de descobrir.
Mas você não sabe de nada disso.
Nem nunca saberá por mim.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Coisas da noite

Como eu não posto nada há nem sei mais quantos dias, vocês devem estar se perguntando: por quê? (na verdade devem estar pouco se importando, mas posso viver com essa minha ilusão) O fato é que minha inspiração tem sido parca e infrutífera.
“Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.”
Eu só não tenho o conhaque, Carlos Drummond de Andrade, mas tenho “Moonlight Sonata” do Beethoven, e a lua ... ah a Lua. Está linda, cheia, claríssima, fazendo jus à alcunha de “sol de prata”.
Não sei se vocês perceberam, mas eu adoro a Lua, e fiz um punhado de textos sobre ela (se conseguisse, faria versos porque o que eu sinto é quase uma paixão platônica).
Confesso que em muitas noites me esqueço, nem olho para o céu. Mas como é bom estar distraída e de repente, não mais que de repente, ver a sua figura, tão marcante e singela, entre os prédios. Nessas horas, me sinto a única no mundo a vê-la.
Bom, como recompensa aos que chegaram até aqui nesse texto completamente improdutivo, um testículo:

Tem gente que diz que olhando para as estrelas se olha para o passado, por conta dos milhares de anos luz nos separando. Fico olhando para elas agora (quer dizer, para aquelas poucas que se aventuram no céu urbano), e imaginando de onde elas vieram.
Só pensava que elas vieram do big bang, pronto, sem mais discução porque já é difícil de aceitar que tudo veio de um grão extremamente denso que explodiu. Mas agora já existem teorias sobre antes do big bang, um big crunch, outro universo, cordas vibrantes que compõem tudo...Todas essas teorias são serias, mas parecem muito alucinógenas pra mim, muito surreal. Não consigo aceitar que a possibilidade de um hipopótamo aparecer aqui e agora existe.
Mas, olhando para o céu não importa de onde ela veio, é um trabalho bem feito.

sábado, 30 de abril de 2011

O casamento perfeito, pra mim, é em Las Vegas. Aqueles dos filmes mesmo. É só nesses casamentos que a noiva e o noivo vestem o que querem, ou até não vestem; entram com a música que querem, até Forever do Kiss; e não precisam se preocupar com o que os outros vão dizer,vão sempre achar alguma coisa para reclamar.
Em Las Vegas, não tem esse tanto de ensaios para que tudo tenha aquela perfeição plástica, robotizada, o medo de errar pairando no ar. De vez em quando tem ensaio até para o sorriso, ah, e tem a hora certa dele também.
Tudo para que a filmagem e as fotos fiquem lindas para mostrar para os outros depois, porque a lembrança fica na memória, não tem como esquecer um dia desses. Claro que em Las Vegas tem como, então fotos são necessárias para comprovar tudo, nesses casos.
Enfim Las Vegas é tudo de bom, é o único lugar onde você tem liberdade e privacidade no seu casamento. E se não der certo, ah, foi em Las Vegas mesmo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O que mais diferencia o humano dos outros animais é a comunicação. Mas o homem é um animal tão complexo que se vê no direito de desdenhar dessa capacidade. Além de nunca querer escutar o outro, ainda faz músicas (músicas! que deveriam ser uma forma de expressão falada de sentimentos!) com umas 5 frases, quando não menos. E exemplos têm demais, os “vô não”, “tchubirabirons”, “foge mulher maravilha” que o digam.
Sou urbana. Nasci, cresci, vivo e gosto da cidade e das suas facilidades. Mas, por uma grande ironia do destino, também sou bucólica.
Vou explicar mais ou menos o que é para quem não saber não precisar procurar no dicionário e acabar com toda a poesia da palavra, mas voltemos ao bucólico porque esse assunto de dicionário é à parte. Bem, bucólico é aquele sentimento de amor ao campo e à sua vida simples. (Explicado?).
A questão é que adoro uma bela paisagem verde, aquele mar de arvores sossegado. Se tiver um rio então! Mas também gosto de uma boa balada com o Tum Tum na cabeçae show pirotécnico. É, eu sei, a contradição em pessoa.
Mas vocês conhecem a paisagem da cidade e vão me entender um pouco se gostarem de um canto sossegado com uma boa sombra e uma brisa mansa. Se fosse numa fazenda seria sombra de mangueira (não há sombra melhor que de uma mangueira!).
Numa fazenda ainda pode ter o burburinho de água. Até a chuva no campo tem outra cara, bem mais natural e bonita porque não tem alagamentos, engarrafamentos, deslizamentos e outros -mentos.
No campo tem os passarinhos e borboletas pousando cá e lá. E à noite tem o barulho dos grilos, que parece o do cintilar das estrelas. Ah,”não há, oh gente, oh não, luar como este do sertão”, parece mesmo um Sol de prata.
Até de musica caipira eu gosto. Veja bem: caipira, não essa urbaneja com dor de cotovelo. “È que a viola fala auto no meu peito manso”.
Sei que o campo não é meu lugar nativo, nem me sinto assim nele, mas o destino já pregou sua peça e me fez ter um pouco de arcadismo nas veias.

domingo, 10 de abril de 2011

Eu não sinto nada. Me desculpe, não tem como sentir, não consigo. Tudo parece tão distante. É sempre a mesma ordem: algo trágico e algo cômico se revezam, para relaxar o clima, afinal é hora do almoço ou do jantar, tanto faz. “A gente se acostuma”, não sei se não devemos. Assisto desastres atrás de desastres como propagandas em cima de propagandas, sempre algo desagradável. A emoção expressada lá é falta de profissionalismo, e a minha não sentida?
É tratar de esperar a próxima demonstração da miséria humana. Na verdade nem é preciso esperar, elas acontecem o tempo todo. Mas o privilegio de cair na boca do povo é de poucas delas, que são escolhidas com base em critérios que não faço questão de conhecer. Não faz uma real diferença na minha vida, nem “tudo o que a antena capta meu coração captura”.
É ver, no final do ano, uma retrospectiva qualquer, parar e falar: “Isso aconteceu esse ano? Parece que faz tanto tempo.”. E no final desse mesmo programa ter a nítida impressão que o mundo vai acabar por causa de tudo que está acontecendo. Mas tudo se repete ou se agrava no Feliz Ano Novo.

domingo, 27 de março de 2011

Eu sou exibida, literariamente. Quero muito criar frases de efeito, aquelas impactantes e reveladoras que acabam no rodapé de agendas. Tenho um sonho antigo, e infantil também, de ver alguma frase minha nesse lugar. Em parte porque gosto de lê-las e já encontrei muita coisa interessante, em parte porque tenho a mania terrível de aconselhar os outros sobre tudo e qualquer coisa me baseando em experiências que não tive.
Sou tão exibida que fiz esse “texto” sem propósito e você leu. Não, não estou curtido com a sua cara, continue lendo, adoro que me leiam, muito obrigada. Ah, aproveito para pedir que reproduzam frases minhas que acharem interessantes. Vai que elas ficam famosas o suficiente e vão para um rodapé qualquer, pode até ser o do seu caderno.

segunda-feira, 14 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011


Todos conseguem ver as crateras na Lua, mas ninguém consegue ver defeito nelas, nem mesmo a Lua que se exibe, brilhante. Inteiramente.

- Coração:

Ah, se você fosse um pouquinho bondoso não fugiria assim, aliás, não fugiria de forma alguma. Você não quer, eu sei, eu sinto, não quer ter essa responsabilidade. E sem ela não tem continuação. Pode me chamar de careta se quiser, essa é uma verdade apesar de tudo. E você sente, mas não sabe disso.
Só agora pude entender aquela frase que eu até cantava na minha infância: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, talvez por ser tão batida. As palavras vão se banalizando a medida que são repetidas e então vão perdendo o sentido.
Eu sei que você gosta de mim. Não, você não me despreza. Só não quer ter essa responsabilidade que sou eu, não quer se envolver. É até melhor assim, porque depois nasceria a indiferença no lugar que era do vínculo, e seria horrível. Sabe, alguém também tinha razão ao dizer que o contrario da vida é a indiferença, não a morte.
Se, mesmo assim, o medo ainda for maior, fuja. Fuja, mas sem dizer nada, não tente explicar o que você não quer admitir. Só,por favor, não cometa a covardia maior de colocar a culpa em mim.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011


Bravo!
É o que tenho a dizer aos manifestantes do Egito.
Foi uma revolução bela e miraculosa.
Quem diria que o Egito, já vivendo a ditadura há 30 anos, com economia inteiramente baseada no turismo, comprometeria essa atividade e enfrentaria todas as conseqüências sem desistir, seguindo o exemplo de um pequeno país do qual pouco ouvimos falar, a Tunísia, e utilizando a internet, conseguisse através de protestos pacíficos derrubar o ditador Mubarak. É impressionante.
E contrariando a todos os que ainda chamavam os manifestantes de baderneiros, agora limpam toda a sujeira que fizeram na Praça de Tahrir, por terem perfeita consciência e respeito. Gandhi certamente ficaria feliz em ver a desobediência civil tão bem aplicada.
Essa luta e vitória traz sobretudo esperança aos vários países vizinhos que vivem situação semelhante à anterior do Egito. Num efeito dominó que deveria alcançar dimensões globais.
Não sei quanto a mais ninguém, mas para mim, isso corresponde a todos os meus sonhos revolucionários. O futuro, qualquer que seja, ganhou muito com esse exemplo a ser seguido.
Bravo!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fiquei sabendo há pouco tempo o pensamento de um psicanalista que dizia, mais ou menos, assim: o espírito imaturo deseja morrer por uma causa, já o espírito maduro deseja viver humildemente por ela.
Não quero estar mais certa que ele, mas minhas inclinações anarquistas me impedem de acreditar nisso. E se for verdade, aceito a alcunha de imatura com gosto.
Viver por uma causa é uma atitude nobre, e assim a luta seria prolongada e os resultados podiam aparecer. Mas ter coragem de dizer: “da luta não me retiro, me atiro do alto, que me atirem no peito, mas da luta não me retiro”, pra mim é um ato heróico.
É, percebo que o pensamento é imaturo, mas sinceramente não ligo, porque uma coisa que odeio é covardia, apesar de também ser covarde, mas e daí? Posso mudar de idéia daqui a algum tempo, mas também “prefiro ser essa metamorfose ambulante”
Hoje, ainda acho que é a rebeldia e a teimosia a moverem o mundo. E ponto final.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

“Nem toda palavra é aquilo que o dicionário diz”


O coração não é o órgão oco e musculoso, centro motor da circulação do sangue, que nos humanos é tetracavitário com válvulas tricúspide e mitral, átrios e ventrículos, artérias saindo e veias entrando. Nem o conjunto das faculdades afetivas ou sentimento, amor ou afeição completa, estes todos são mais fundos porque todos têm coração, mas nem todos possuem essas capacidades. Não é nada disso. O coração é um tambor que faz o sangue dançar.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Como posso falar da lua, tão brilhante e cheia no céu, se aqui na terra impera a lama?

Não sei e não quero imaginar como é acordar com a sua casa desabando sobre você. Tentar sair e salvar seus familiares, mas não conseguir e ver seus filhos, netos, avós, pais morrerem, soterrados ou arrastados. Ir ao IML ou a um caminhão frigorífico reconhecer alguém no meio de tantos mortos. Voltar para o lugar onde estaria sua casa, o porto de sua vida, e não encontrá-la. Ver tudo o que lutou tanto para conseguir, até suas memórias em fotos, destruído. Sofrer tantas necessidades. Passar o dia com a mesma frase na cabeça: “Acabou tudo”, e infelizmente não ser exagero. Ser atormentado pela pergunta: “Como recomeçar?”. E ainda ter que ver desgraçados se aproveitando da situação para ganhar dinheiro, de todas as formas.
Não sei e não quero imaginar como é passar pelos estágios dessa dor, tão grande que provoca a vontade de ter morrido para não precisar testemunhar o que restou.
Lama.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Mais um ano novo. E, mais rápido do que todos esperam, o novo fica velho. De novo.
Por isso prefiro o pessimismo à frustração.
Mas a poesia fala mais:
Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Está tudo assim tão diferente
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Esperança: as lentilhas podem dar a sorte, os pulos com pé direito podem funcionar, as sementes de romã também. Tudo novo. De novo.