quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Perdi a voz. Ou a vontade de falar.
É que descobri que não sou. E não consigo me definir.
O infinito é encantador demais, porém não tem fronteiras e
fico disforme, indefinida no tempo e no espaço.
Na verdade tudo o que eu quero mesmo é olhar para o teto, um
teto vazio e simples, e ele absorver todo o meu pensamento.
Fugir? Deve ser isso mesmo. Mas acho melhor a palavra sumir.
O que aconteceu comigo? Não sei.
São aqueles versos de Cecília de Meireles: “Tem-se a
impressão de estar bem doente, muito doente/ De um mal sem dor que não se saiba
nem resuma”.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Eu sei que um dia, fatalmente, você vai me fazer chorar. Nem
eu e muito menos você tem o poder de evitar que isso aconteça. A culpa pode nem
ser sua, é que ás vezes a única reação que sei ter são as lágrimas.
Mas quando isso acontecer e a culpa for sua, por favor, se
desculpe. Seu orgulho pode te bloquear, mas contorne-o. Eu talvez não queira
ouvir, mas insista.
Porque se essa nossa questão não se resolver o resultado
será o ressentimento. E esse sentimento tão amargo e negro bate e tranca uma
porta no coração da gente. A porta não se abre mais e não se sabe quantas mais
existem. E o ressentimento tambem corrói e despedaça aquele sentimento guardado
como ouro até que ele acaba e morre tristemente.
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