A humanidade ainda corre sérios
riscos.
Não é porque o dia marcado pelos
maias para o fim do mundo passou que a humanidade não deve temer o seu fim. E, acredite,
ele está mais próximo do que se imagina. A raça humana pode perdurar, mas não a
humanidade. E as mostras disso estão em todos os lugares, mas não vemos. E não
ver já é um sinal do fim.
Porque todos os dias em uma única
cidade podem ocorrer dezenas de assassinatos, moradores de rua podem parecer
serem assassinados em série e crimes brutais podem estar acontecendo. Mas
ninguém se importa, todos fingem não ver.
Na verdade, eu entendo, é
simplesmente a coisa mais fácil a se fazer. Mas tenho medo. Tenho medo de nos
acostumarmos com esse comportamento, porque sempre nos acostumamos, ou dele ser
determinado normal pelas mais altas convenções sociais e, então, a compaixão se
atrofiar.
Mas eu também sou covarde. Não
tenho a coragem de me elevar e gritar a verdade para ninguém ouvir, na simples
tentativa de fazer a diferença para alguém no meio da multidão. Queria ter a
coragem dos pregadores que gritam versículos mesmo para as caras viradas. Mas
eles têm fé e a minha fé na humanidade está muito abalada.
Não, eu não quero esperar que
algo aconteça próximo a mim para ser obrigada a sair da indiferença e começar a
pedir que a situação mude. Eu não aceito que a vida humana seja banalizada a
ponto de 10 serem tiradas em uma única noite, em uma única cidade. Recordes de
homicídios sejam batidos todos os dias. Isso não é admissível ou tolerável.
Essa situação não pode continuar,
mas parece que ninguém se interessa em mudá-la. Para que lutar se nada vai
mudar? Então para que viver se vamos morrer?