
Eu necessito do poético, sabe? Quando “o corpo pede um pouco
mais de alma”.
E sinto tanta falta de ler algo que seja mais fantasia que funções
biológicas, de escrever um texto que não fale sobre um processo industrial, de usar
como metáfora a árvore carregada de flores rosa vibrante que vi na rua aqui
perto de casa ou o bando de passarinhos que vi fazendo a festa no fio de alta tensão
de manhãzinha.
Mas nem em metáforas não ando pensando.
A realidade mata as metáforas, elas são perigosas, podem ter
diversas interpretações e isso não é nem um pouco interessante. O que vale é
algo direto, reto, inflexível e certo como um punhal.
E “a Vida não para” e pede minha atenção máxima a todo
momento. Às vezes tento ignorá-la, mas não adianta, vou ter que voltar a
encará-la e a Vida é vingativa, mas Ela fui eu quem escolhi.
“Quem está na chuva está para se molhar” há quem
goste desse ditado, eu prefiro: “quem está no fogo está pra se queimar!”, é
mais impactante.