domingo, 5 de setembro de 2010


Toda a área rescendia à cores. Cores das mais variadas. Variadas como as flores das quais descendiam. Flores lindas espalhadas por todo canto. Flores alegres que animavam o ambiente.
E todos estavam maravilhosamente bem. Conversavam sobre assuntos conversáveis. Os homens até discutiam política. As mulheres mudavam de interlocutor a cada instante para poderem repetira sua história.
Tudo normal. Tudo como deveria ser.
Mas se algum atrevido se aproximasse das flores para sentir-lhes o perfume, teria amarga decepção, porque perfume elas não tinham. As flores eram de plástico.
Plástico. De plástico era tudo e todos ali. Plástico: a cópia barata de tudo.
O atrevido poderia pensar na ironia da vida. As flores de verdade não estavam lá porque murcham e morrem. Precisam ser trocadas. As pessoas plásticas estavam lá.
Mas ninguém pensava assim porque atrevido não havia ali.apenas um fraco, que sorria e conversava também, mas trazia os olhos vermelhos de choro.
Tudo normal. Tudo como deveria ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário