sexta-feira, 26 de novembro de 2010

TARDE DE CHUVA

Primeiro vem a nuvem. Que vai se esparramando, devagar, pelo céu, cobrindo-o de cinza. Uma nuvem tão pesada, que fica baixa, me deixando sempre com a nítida impressão de que, se subirmos num prédio bem alto, conseguiremos tocá-la. E sempre penso isso, mesmo sabendo que a nuvem está a uns 2 km de altura. O vento às vezes a segue. E chega batendo portas e fustigando árvores. Mas às vezes a nuvem vem sozinha, apenas com seu cheiro de chuva. Um cheiro tão indescritível e tão agradável. E depois dessa preparação cuidadosa do cenário, a água finalmente cai. Às vezes cai com raiva, outras com calma, ou ainda com dor. Mas a verdade é que ela só cai, esses sentimentos dela sou eu quem invento. Engraçado que não me lembro de uma chuva alegre, apesar de gostar muito delas. Não posso deixar de falar dos trovões, que rasgam, literalmente, o ar, depois do aviso prévio dos relâmpagos, para que não levemos um susto. E a chuva cai. Como se as nuvens fossem torcidas. E a água descolore o céu, deixando-o branco. E agora saio dos meus devaneios, porque esqueci de fechar as janelas.

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