sexta-feira, 15 de abril de 2011

Sou urbana. Nasci, cresci, vivo e gosto da cidade e das suas facilidades. Mas, por uma grande ironia do destino, também sou bucólica.
Vou explicar mais ou menos o que é para quem não saber não precisar procurar no dicionário e acabar com toda a poesia da palavra, mas voltemos ao bucólico porque esse assunto de dicionário é à parte. Bem, bucólico é aquele sentimento de amor ao campo e à sua vida simples. (Explicado?).
A questão é que adoro uma bela paisagem verde, aquele mar de arvores sossegado. Se tiver um rio então! Mas também gosto de uma boa balada com o Tum Tum na cabeçae show pirotécnico. É, eu sei, a contradição em pessoa.
Mas vocês conhecem a paisagem da cidade e vão me entender um pouco se gostarem de um canto sossegado com uma boa sombra e uma brisa mansa. Se fosse numa fazenda seria sombra de mangueira (não há sombra melhor que de uma mangueira!).
Numa fazenda ainda pode ter o burburinho de água. Até a chuva no campo tem outra cara, bem mais natural e bonita porque não tem alagamentos, engarrafamentos, deslizamentos e outros -mentos.
No campo tem os passarinhos e borboletas pousando cá e lá. E à noite tem o barulho dos grilos, que parece o do cintilar das estrelas. Ah,”não há, oh gente, oh não, luar como este do sertão”, parece mesmo um Sol de prata.
Até de musica caipira eu gosto. Veja bem: caipira, não essa urbaneja com dor de cotovelo. “È que a viola fala auto no meu peito manso”.
Sei que o campo não é meu lugar nativo, nem me sinto assim nele, mas o destino já pregou sua peça e me fez ter um pouco de arcadismo nas veias.

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