domingo, 10 de abril de 2011

Eu não sinto nada. Me desculpe, não tem como sentir, não consigo. Tudo parece tão distante. É sempre a mesma ordem: algo trágico e algo cômico se revezam, para relaxar o clima, afinal é hora do almoço ou do jantar, tanto faz. “A gente se acostuma”, não sei se não devemos. Assisto desastres atrás de desastres como propagandas em cima de propagandas, sempre algo desagradável. A emoção expressada lá é falta de profissionalismo, e a minha não sentida?
É tratar de esperar a próxima demonstração da miséria humana. Na verdade nem é preciso esperar, elas acontecem o tempo todo. Mas o privilegio de cair na boca do povo é de poucas delas, que são escolhidas com base em critérios que não faço questão de conhecer. Não faz uma real diferença na minha vida, nem “tudo o que a antena capta meu coração captura”.
É ver, no final do ano, uma retrospectiva qualquer, parar e falar: “Isso aconteceu esse ano? Parece que faz tanto tempo.”. E no final desse mesmo programa ter a nítida impressão que o mundo vai acabar por causa de tudo que está acontecendo. Mas tudo se repete ou se agrava no Feliz Ano Novo.

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