terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Há algumtempo atrás dormir nao era apenas uma irritante necessidade fisiológica, e em algumas, um pouco raras, noites eu tinha insônia e odiava isso. Acreditava que o sono era o desligamento total, e não conseguia dormir porque estava pensando demais. Tentava, então, não pensar, mas se você já tentou fazer isso sabe o quanto é impossível quando se quer. Então, para resolver o meu problema, era nisso que me concentrava:
TV com chuvisco, a imagem de "nada" mais fácil que consegui captar no alto dos meus 9 anos. Mas meu cérebro logo mudava de canal, e eu tomava o controle de novo e após tanta disputa mental acabava adormecendo. Uma bela noite, porém, deixei meu pensamento fluir sem colocar barreiras e uma história se desenvolveu. E fui criando-a à meu bel prazer até adormecer como a criança que eu era. Foi então que descobri o poder das histórias para dormir. Ninguém nunca leu para mim, então as criei, como filmes em minha cabeça. Não que elas deêm sono, mas é um bom modo de passar o tempo enquanto o sono não vem. São histórias que nunca escrevi, nem tenho a intenção, até porque são gigantes, apenas exercitam o meu lado melodramático de escritor de novela. Mas desde então, toda noite retomo do ponto onde parei ou revisito o que já pensei, tenho umas quatro ou cinco que vou incrementando. As vezes, quando a minha realidade não está muito interessante, penso nelas até durante o dia. Ultimamente também o tempo anda escasso para elas durante a noite, porque é raro o dia em que não vou dormir apenas quando já não posso evitar o sono. Deve ser desse meu hábito que veio o meu gosto por histórias, ou do meu goto por histórias que veio esse hábito, vai-se saber.

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