terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sentada em minha cama, sozinha, na escuridão da noite, ouvindo o tamborilar da chuva na janela eu me vejo vazia. Uso a palavra vazia por não encontrar outra que descreva melhor o deslocamento de mim mesma que estou sentindo. Tenho a impressão de que se jogasse uma pedra no poço do meu ser iria ter que esperar muito tempo para ouvi-la chegar ao fundo, e não teria paciência para isso. Não consigo fixar um pensamento em nada e nada me vem à cabeça. Tento lembrar alguma música que expresse o que agora ouso por em palavras para ver se faz algum sentido. Mas nenhuma música aparece, e para mim, esse é um triste sinal de que alguma coisa séria está acontecendo. Sinceramente estou em um limbo que a chuva e o ócio construíram para eu estar, apenas isso, porque ele foi projetado para que nenhuma ação minha sobrevivesse, mas infelizmente ainda me deixou ser, um ser deturpado. Eu sei a saída. O que eu preciso é de uma grande emoção que mexa comigo e com essas vibrações eu poderia me levantar, e pode até ser uma emoção inventada ou emprestada. Mas o limbo foi mais forte: me tomou o sentir quando a vontade foi embora.

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