domingo, 15 de agosto de 2010


A vida é um livro, e um romance romântico ainda por cima, com seus amores e seus dramas e finais felizes, ou trágicos se for um romance byroniano. O que posso fazer? Eu sou romântica apesar de tudo, apesar até de não querer ser. Estou atacada de uma sensação bonita, uma alegria inexplicável e uma vontade de dançar na chuva que cai lá fora. Mas a chuva está grossa e a gripe suína ainda está aí.
Vou roubar uma idéia que ouvi, espero não ser processada: podiam inventar uma máquina que guardasse sensações, eu iria guardar esta que estou sentindo agora, e uma da qual tenho muita saudade: outra alegria inexplicável. Não, não deviam inventar uma máquina que guarde sensações, assim elas perderiam todo o encanto, todo o romantismo. Deixemos as sensações com a memória.
A minha vida não é um livro aberto, tem algumas páginas coladas no meio da história, e eu mesma colei, para que não conseguissem lê-las. Eu não sei em que capitulo estou, em que capitulo começou, em que capitulo vai acabar. Acho que ainda estou na descrição do começo, no começo da trança do enredo.
Mas a chuva continua forte. Adoro cheiro de chuva. Pena que não dá pra ver a Lua. Eu adoro a Lua. E esse texto que não tem pé nem cabeça vai escorrendo, não, ele vai caindo forte como a chuva lá fora, tão forte e rápido que vou trocando as letras, com vontade de chegar na próxima frase.
Estou com vontade de ter um romance, algo que me faça ter mais sensações, que me faça enxergar tudo vermelho, ter uma desculpa aceitável para a vontade de dançar, correr, pular. Mas pra que desculpas? O instante existe.
Agora sim o texto esta escorrendo, mas a chuva continua caindo. Acho melhor deixar a leve correnteza correr tranqüila, sem a minha interferência. Na minha imaginação a Lua está brilhante, bem baixo, apagando as estrelas.

Um comentário: